23 junho 2009

Você me ajuda a mudar o mundo?

Foi o que o meu Mestre me perguntou na primeira vez que o vi. "Claro, Mestre!" - respondi. "E você acha que tem força suficiente para isso?" - voltou ele a inquirir, com aquela sua voz grave e redonda, que enche o coração. Aí, eu estava tão fascinada com a sua presença magnética, que diria sim a qualquer coisa que ele me pedisse. No entanto, senti naquele momento que de algum modo cumpriria aquela promessa. Nessa altura, estava longe de imaginar que um dia seria sua discípula e instrutora de Yôga.
O papel de um instrutor é sobretudo o de passar adiante o conhecimento que recebeu. É assim que o Yôga tem sido perpetuado ao longo de milénios: de Mestre a discípulo, de boca a ouvido. Então, sou eu agora que lhe pergunto a si, que está a ler esta mensagem: você ajuda-me a mudar o mundo?
Mudar o mundo começa por nos mudarmos a nós próprios. Comece por mudar os seus pensamentos. O grande Mestre de Yôga Shivánanda explicou que os pensamentos se propagam em ondas concêntricas, idênticas às que se produzem quando uma pedra é atirada à água.
Diz Shivánanda:
Cada pensamento que você envia para o éter é uma vibração que jamais perece. Vaz vibrar continuamente cada partícula do universo e, se os seus pensamentos forem nobres, santos e fortes eles porão em vibração todas as mentes que tenham afinidade com a sua.
Todos os que se parecem consigo recebem o pensamento que projectou e, segundo as suas próprias capacidades individuais, enviam pensamentos semelhantes. Disto resulta que, sem tomar conhecimento do seu trabalho, você estará pondo em movimento grandes forças que, operando em conjunto, eliminarão os pensamentos mesquinhos e baixos gerados pelos egoístas e pelos maldosos.
(Swami Shivánanda in Thought - Power)
Só o facto de tomar consciência do poder que você tem pode alterar a sua forma de pensar. Recuse os pensamentos de medo, inveja, desespero, infelicidade, desconfiança e ansiedade. Projecte para si e para o mundo que o rodeia o que deseja receber de volta. Faça-o sobretudo nas situações que lhe são adversas, quando o normal seria o oposto. Descondicionará dessa forma a sua mente e mudando-se a si, mudará o mundo que o rodeia.
Lina Chambel

11 junho 2009

O que é o SwáSthya Yôga?

SwáSthya Yôga é o nome da sistematização do Yôga Antigo, Pré-Clássico, o Yôga mais completo do mundo. (Mestre DeRose)

O Yôga terá tido a sua origem há mais de 5000 anos, em Mohenjo Daro, no Vale do Indo, a noroeste da Índia. Foi desenvolvido pelo povo drávida, que foi subjugado pelos arianos, depois da invasão do seu território. A partir daí, a cultura dravídica foi excluída e substituída pela do povo invasor. O Yôga só sobreviveu porque foi arianizado - adaptado. O comportamento, organização social e valores dos arianos eram opostos aos dos drávidas: a organização patriarcal substituiu a matriarcal, a desrepressão deu lugar à repressão e a sensorialidade foi obliterada. A filosofia comportamental tântrica foi substituída pela brahmácharya. A partir daí, e dado que a Índia foi o país mais invadido da História, outras concessões ou deturpações foram ocorrendo e nunca mais ninguém se lembrou do Yôga pré-histórico que ficou perdido no tempo.
Na década de 60 do século XX foi apresentada a primeira codificação mundial desse Yôga Antigo pelo Mestre DeRose, no Prontuário de Swásthya Yôga. Essa sistematização foi fundamentada nas Escrituras, ou Shástras, e inspirada na meditação dos Mestres de Yôga anteriores. Documentou-se em obras publicadas sobre História, Arqueologia, Antropologia, Yôga, Sámkhya, etc.
O Swásthya Yôga é a sistematização da linhagem Dakshinacharatántrika-Niríshwarasámkhya Yôga, pré-clássica, pré-ariana, pré-védica, proto-histórica: a mais antiga, portanto, a mais autêntica.
A prática regular ortodoxa do Swásthya Yôga denomina-se ády ashtanga sádhana e consiste em oito modalidades de técnicas:
1. Mudrá: gesto reflexológico feito com as mãos;
2. Pújá: sintonização com o arquétipo; retribuição de energia;
3. Mantra: vocalização de sons e ultra-sons;
4. Pránáyáma: expansão da bioenergia através de respiratórios;
5. Kriyá: actividade de purificação das mucosas;
6. Ásana: técnicas corporais;
7. Yôganidrá: técnica de descontracção;
8. Samyama: concentração, meditação e hiperconsciência.
Existe ainda a modalidade heterodoxa que permite uma grande flexibilidade, desde que se mantenham todas as outras características do Swásthya Yôga. Pode afirmar-se que ele é extremamente completo e avançado, já que inclui todas as técnicas onde os outros tipos de Yôga se especializaram. No entanto, esta estrutura técnica permite uma grande elasticidade e liberdade, proporcionando ao instrutor uma enorme criatividade no trabalho com o aluno.

O que é o Yôga?

Yôga é qualquer metodologia estritamente prática que conduza ao samádhi. (Mestre DeRose)

O samádhi é um estado de hiperconsciência ou megalucidez, que só é possível atingir através da prática do Yôga. Esse estado está muito para lá da meditação, que corresponde a um estado de superconsciência.
O praticante necessita de fortalecer bastante a sua estrutura biológica para poder atingir essa meta. Necessita também de tempo e saúde. Esses factores são-lhe proporcionados pela prática do Yôga, que aumenta a sua saúde de forma generalizada e ainda lhe providencia um aumento da expectativa de vida.
A maioria dos praticantes de Yôga satisfaz-se com os efeitos físicos e psíquicos que o Yôga exerce de forma intensa e rápida: aumenta a vitalidade, a flexibilidade e fortalece os músculos; trabalha articulações, nervos, glândulas endócrinas e orgãos internos; ensina a respirar melhor, a descontrair, aprimora a capacidade de concentração e ajuda a administrar o stress. Para mais, fá-lo utilizando técnicas fortes e belas, mas que respeitam o ritmo biológico do praticante.
No entanto, esses são apenas os chamados efeitos colaterais do Yôga. Para lá deles, há um universo inteiro a descobrir. Para despertar a energia kundaliní (de natureza neurológica), desenvolver paranormalidades e atingir o samádhi é necessário muito tempo, dedicação e disciplina. Cada praticante chegará onde o seu empenho e dedicação permitirem.

08 junho 2009

Sejam bem vindos!







É com imenso prazer que a ADY - Associação de Yôga do Estoril, inicia a sua actividade.

O meu primeiro agradecimento vai para aqueles que acreditaram neste projecto desde o primeiro momento e quiseram fazer parte dele enquanto praticantes fundadores. Alguns trazem já o SwáSthya Yôga no coração, outros apaixonaram-se pelo conceito e estão agora a dar os primeiros passos na prática desta filosofia de vida fascinante. Desejo que, todos juntos, sejamos capazes de construir um local de profundo bem-estar, convívio alegre e partilha de experiências.

À partida, estamos unidos pela vontade de nos descobrirmos a nós próprios. Queremos também aprender a viver melhor, com mais sabedoria e conquistar autosuficiência.

É verdade que não é pouco, aquilo a que aspiramos! Mas somos todos teimosos... Pouco a pouco chegamos lá!

E depois temos aquela sala absolutamente mágica, que nos inunda com um horizonte largo de azul celeste, onde apetece abrir asas e voar. Será ela a inspirar-nos nesta aventura.

Deixo aqui, neste momento, a minha mão estendida para segurar aquelas que já estão junto de mim e aquelas outras que ousarem estender-se também.

Um abraço bem apertado,

Lina Chambel