25 setembro 2009

Onde Nasce o Amor?


Onde terá origem esse sentimento de difícil explicação, mas que toma conta de qualquer pessoa, em qualquer idade, exercendo poder absoluto sobre tudo o resto?


Da razão não provém certamente. Pode-se escolher racionalmente ter amizade por alguém, mas não aquele amor verdadeiro que despoleta uma afinidade espontânea e inegável entre os seres. Esse só pode surgir de uma zona mais profunda e não consciente. Está para lá do pensamento e da vontade. Brota do âmago do Ser - por isso nos deixa felizes sem saber porquê, exalta as nossas capacidades criativas e até chega a tornar possíveis verdadeiras loucuras.


É uma força colossal. Quem já sentiu amor verdadeiro e o perdeu, ou tem a sorte de ser tocado novamente por esse sentimento, ou perde definitivamente a melhor parte de si mesmo. Quem nunca o sentiu... não compreende essa dimensão, que só se conhece se for vivida.


Só quem nunca o sentiu o pode confundir com outros sentimentos. E é tão frequente encontrar quem o baralhe com outros sentimentos, de forma a poder preencher vazios que vão ficando nas suas vidas. Por exemplo, se sentiu amor por alguém e em seguida desamor, então não sabe que o amor verdadeiro não tem essa variável. Ele simplesmente é! Não tem condições, regras, não se mascara.


Se nutre amor verdadeiro por alguém, sabe que essa química cria uma sintonia especialíssima entre os seres. Sabe que muitas vezes se deixa a si próprio conscientemente para trás para que o objecto do seu amor possa avançar. Sabe que o egoísmo não é possível quando a fonte da sua felicidade está em fazer alguém feliz. Sabe que aprende a compreender mais do que a julgar e a aceitar mais do que a criticar.

09 setembro 2009

A Missão do Yôgin

Dentro da sala de prática aprendem-se as técnicas, mas é fora dela que estas se aplicam. Através da prática do SwáSthya Yôga, procuramos evoluir enquanto seres humanos, cada vez mais conscientes de nós próprios, bem como do mundo que nos rodeia. É apenas natural que o nosso relacionamento com os outros espelhe essa evolução.
Por outro lado, é imprescindível o conhecimento da filosofia que professamos. O estudo constante é uma prescrição para todos os yôgins desde a Antiguidade. Há praticantes que pensam que, sendo o Yôga uma filosofia prática, basta praticar. Contudo, a evolução será excessivamente lenta sem um suporte teórico.
Além disso, quem pratica Yôga torna-se numa fonte de informação privilegiada para os outros, que inevitavelmente lhe colocarão vários tipos de questões. É fundamental que possa responder, até porque a maioria das pessoas tem uma ideia distorcida do Yôga.
Transcrevo em seguida as palavras do Mestre DeRose, em versão brasileira da Língua Portuguesa, com uma sistematização concreta e prática sobre o que acabo de enunciar:
"Há missões diferenciadas para o aluno e para o instrutor. No entanto, existe uma que é comum aos dois. Seja praticante, seja professor, todos são yôgins - adeptos do Yôga.
A mais importante e nobre missão do(a) yôgin/yôginí é zelar ativamente pelo bom nome, pela boa imagem da sua modalidade de Yôga, bem como do seu instrutor e da sua escola... através de ações efetivas.
Certa vez, um aluno declarou que queria muito cumprir a missão do yôgin, mas não sabia como. Perguntou como poderia realizar essas ações efetivas. As explicações que dei a ele servem para todos, praticantes, estudiosos, leitores, simpatizantes, alunos e instrutores.
Você que está lendo agora estas palavras pode se tornar um paladino, através de duas ferramentas importantes:
  1. A primeira é a sua atitude. O seu comportamento diz muito a respeito do seu instrutor, da sua escola e do seu tipo de Yôga. Por isso é fundamental que você demonstre na vida uma atitude elegante, cordial, simpática, educada e, acima de tudo, honesta nos relacionamentos com os familiares, com os amigos, com os clientes, com os subordinados, com os desconhecidos, até mesmo com os inimigos. Você é o nosso cartão de visitas. É observando a sua atitude que as pessoas vão nos julgar bem ou mal.
  2. A segunda é o esclarecimento. Todo o mundo gosta de esclarecimento. Doutrinação jamais. Contudo, não perca a oportunidade de elucidar quando alguém lhe pedir uma informação ou quando afirmarem algum disparate. Leve em consideração que algumas pessoas quando desejam uma explicação parecem estar agredindo ou puxando discussão. Procure compreender o que há por trás dessa atitude um tanto tosca. Nem todos são tão educados quanto você. Se conseguir manter a civilidade e a simpatia enquanto esclarece alguma imagem eventualmente distorcida, você estará prestando um serviço não apenas ao Yôga, ao seu Mestre ou à sua escola. Estará prestando um serviço a todos, já que o Yôga é um patrimônio cultural da Humanidade.

Para poder defender, explicar, documentar o que estiver afirmando é preciso que você conheça o suficiente a fim de não dar informações errôneas, nem reticentes, nem hesitantes. Peço-lhe, portanto, que leia, releia e pesquise os livros recomendados.»

Mestre DeRose in Quando é Preciso Ser Forte

03 setembro 2009

ÔM, o Simbolo Universal do Yôga


O Ôm é o símbolo universal do Yôga, aceite por todos os ramos e todas as Escolas. O seu traçado reproduz uma sílaba constituída por três letras: A,U e M. No entanto, não se pronuncia AUM, mas sim ÔM.


O ÔM é o som do universo. Diz-se também que é o corpo sonoro do Absoluto. Nas escrituras antigas da Índia, ele é apresentado como o mátriká mantra, ou a matriz dos outros mantras, sendo por isso o mais poderoso de todos.


Além do mais, ele é o som semente (bíja-mantra) do ájña chakra, o centro de força que se situa entre as sobrancelhas. Tal significa que é o som que estimula esse ponto, responsável pela intuição. É essa a razão por que se privilegia o ÔM na execução das técnicas de concentração e meditação.


O ÔM pode ser traçado graficamente de várias maneiras. Cada traçado encerra determinado tipo de efeitos e associações filosóficas. Assim sendo, cada Escola adopta um traçado específico, que a distingue das restantes e estabelece relações com o inconsciente colectivo da sua linhagem. Não é ético utilizar o traçado de uma outra Escola.


O traçado curvilíneo do ÔM, adoptado pelo Swásthya Yôga, foi reproduzido fotograficamente a partir de um texto antigo, encontrado em Rishikêsh, nos Himalayas. Dado que professamos o Yôga Antigo, Pré-Clássico, o símbolo não foi retocado, de forma a manter a sua autenticidade e poder.


A nossa linhagem é naturalista e não mística, o ÔM não é por isso associado a outros efeitos que não a corrente de força e energia adquirida por este símbolo ao longo de milhares de anos de impregnação do inconsciente colectivo. É um yantra tão antigo, que a sua origem não é possível de traçar: ele é anterior a Buda, a Cristo e à civilização ocidental, tal como a conhecemos.