23 outubro 2010

Mestre DeRose no Páginas Soltas


Uma entrevista dada há três anos, que contém informações preciosas e se mantém actual.

13 outubro 2010

Tagore, o grande humanista



Rabindranath Tagore (1861-1941) foi poeta, romancista, dramaturgo, músico e filósofo. Nasceu na Índia e foi o primeiro asiático a receber o Nobel da Literatura em 1913. Foi também provavelmente o único que compôs dois hinos nacionais: o da Índia e o do Bangladesh.

Fundou uma escola, uma universidade e participou no movimento nacionalista indiano. Foi-lhe concedido o título de sir pela coroa britânica, que ele viria a devolver após o massacre de Amritsar. Foi amigo pessoal de Gandhi (que lhe chamou a sentinela da Índia), de W. B. Yeats, H. G. Wells, Ezra Pound e de Einstein.

Estudou em Inglaterra e adquiriu um grande conhecimento da cultura ocidental, sobretudo da poesia e da ciência. Foi uma das primeiras pessoas do planeta a combinar o saber ocidental com o oriental, o antigo com o moderno. O seu conhecimento da física permitiu-lhe manter um debate com Einstein sobre os princípios dos mecanismos quânticos e do caos, extremamente inovadores na época.

Multifacetado, era sobretudo um humanista, eternamente apaixonado pela vida e pela beleza: «o homem só ensina bem o que para ele tem poesia». As transcrições que se seguem foram traduzidas para o inglês por ele mesmo:

«Everything comes to us that belongs to us if we create the capacity to receive it.»

«Let us not pray to be sheltered from dangers but to be fearless when facing them.»

«I have become my own version of an optimist. If I can't make it through one door, I'll go through another door - or I'll make a door.»

«Let your life lightly dance on the edges of Time like dew on the tip of a leaf.»

«Do not say, «it's morning», and dismiss it with a name of yesterday. See it for the first time as a newborn child that has no name.»

03 outubro 2010

COMER ORAR AMAR, o livro e o filme




O livro começa com a análise da personagem principal ao seu momento actual, numa linguagem criativa e com um humor inteligente. É fascinante na exploração inicial das emoções, das dúvidas e na coragem com que se olha para si mesmo pondo em causa aquilo em que se acredita. Mas depois parece que a criatividade linguística e descritiva esmorece (ou se esgotou). Mal Liz parte para Itália, a autora socorre-se sobretudo de estereótipos, que vão ficando mais recorrentes à medida que a narrativa avança. Vai-se instalando o fácil e o óbvio. Diria que o livro vale pelo início.

O filme ficou colado ao livro, mas sem o humor e a beleza da linguagem que este evidencia na primeira parte. O resultado fica morno, ou versão «light», se preferir. Poderia ter sido enriquecido por uma banda sonora mais forte; a qualidade da fotografia até pede com frequência um som mais intenso e apelativo.

O filme vale pela Julia Roberts e a realização deixa isso bem claro, privilegiando a todo o momento os grandes planos que permitem que a arte da actriz se revele.


Lina Chambel