Edgar Mitchell
Ph.D.; astronauta, Apolo 14
Fundador do Instituto de Ciências Noéticas
Queiramos ou não, chegámos a um momento em que se torna obrigatório reequacionar a forma como estamos a interagir com o mundo e com os outros. É preciso reformular a forma como vivemos.
Pensar que qualquer alteração possa ser guiada por algum líder ou organização é pura fantasia. A mudança precisa ocorrer em cada um. Os interesses dominantes têm-nos guiado para um afastamento cada vez maior dos outros e da natureza, a ponto de até já nos termos esquecido de que fazemos parte integrante dela e somos inter-dependentes.
Os conceitos que alimentam um individualismo exacerbado conduziram-nos à solidão. O sucesso recente das redes sociais vem demonstrar que não gostamos dessa solidão e precisamos de partilhar estados, comportamentos e desejos. Precisamos mesmo de fazer log in uns com os outros para distrair, ganhar ânimo e incentivo para os nossos desafios e projectos.
Estamos novamente a ganhar a consciência do «outro» e a perceber que não basta zelar apenas pelo nosso próprio bem-estar, porque ele não é independente do mundo exterior. Alguns já interiorizaram que a felicidade individual provém, em larga medida, de sermos capazes de a distribuir à nossa volta. Nota-se que, ao melhorarem a qualidade dos seus relacionamentos, encontraram uma maior satisfação nas várias áreas das suas vidas e isso manifesta-se num maior grau de auto-confiança, auto-estima, tranquilidade e serenidade. Não será disso que estamos todos a precisar?
Assim sendo, que tal dar o que deseja receber? Falo de compreensão, solidariedade, sorrisos, respeito e tempo, porque a presença física é insubstituível. Que tal começar hoje, neste momento?
Lina Chambel
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