03 outubro 2010

COMER ORAR AMAR, o livro e o filme




O livro começa com a análise da personagem principal ao seu momento actual, numa linguagem criativa e com um humor inteligente. É fascinante na exploração inicial das emoções, das dúvidas e na coragem com que se olha para si mesmo pondo em causa aquilo em que se acredita. Mas depois parece que a criatividade linguística e descritiva esmorece (ou se esgotou). Mal Liz parte para Itália, a autora socorre-se sobretudo de estereótipos, que vão ficando mais recorrentes à medida que a narrativa avança. Vai-se instalando o fácil e o óbvio. Diria que o livro vale pelo início.

O filme ficou colado ao livro, mas sem o humor e a beleza da linguagem que este evidencia na primeira parte. O resultado fica morno, ou versão «light», se preferir. Poderia ter sido enriquecido por uma banda sonora mais forte; a qualidade da fotografia até pede com frequência um som mais intenso e apelativo.

O filme vale pela Julia Roberts e a realização deixa isso bem claro, privilegiando a todo o momento os grandes planos que permitem que a arte da actriz se revele.


Lina Chambel

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