29 dezembro 2009

Filme "Ágora"

Está em cena o filme "Ágora". A personal principal é Hypatia, a filósofa e a acção decorre no ano 391 da era cristã.

Gostei da realização e do filme em geral, embora não possa avaliar o seu rigor histórico. Abstenho-me de comentar o tema para não condicionar a opinião de quem ainda não viu. De qualquer forma, ele inspirou-me tantas reflexões, que não caberiam aqui.

Fiquei satisfeita por ter levado comigo os meus dois filhos, embora reconheça que tenha cenas violentas para uma criança de 10 anos.

Sugiro que veja o filme e deixe aqui o seu comentário ou, se preferir, podemos reflectir sobre ele quando nos encontrarmos.

Um abraço forte,
Lina Chambel

28 dezembro 2009

O Ano Novo e a Fénix


Aí está mais um ano novinho em folha prestes a ser estreado.


Nesta altura, o tempo assume-se como uma Fénix, renascendo das suas próprias cinzas em cada translação da Terra. É natural, então, que quem assiste ao nascimento de um novo ano se encha de esperança, sentindo a sua capacidade individual para se transformar, fazer todas aquelas alterações que se foram adiando e recriar um ser melhorado.


É claro que as intenções são sempre as melhores, mas depois vem um dia após o outro, a rotina vai ocupando o seu papel de prima donna intocável e os projetos de mudança vão-se esfumando, numa dispersão cada vez maior, até ao próximo final de ano. Aí, olhamos novamente para dentro, agora com anseios um pouco diferentes... já passou mais um ano, mas bem vistas as coisas, pouco mudou...


Vale a pena olhar um pouco melhor para esta Fénix. Trata-se de um símbolo constante em quase todas as culturas do planeta. A sua origem vem da Fenícia, Líbia e Etiópia e o seu nome é sumério. Na China Antiga tem o significado semelhante à flor de lótus, é um ser andrógino e um talismã venerado. Na mitologia egipcia, a Fénix foi o primeiro deus, Belu, cujo grito inicial jamais voltou a ser ouvido e produziu o começo do tempo. Era Belu quem trazia a luz solar do dia para resgatar a humanidade do caos da noite. Para os islâmicos, a Fénix representa o ser que conseguiu realizar em si mesmo o "Homem Universal". Para o Cristianismo simboliza o conhecimento e Cristo ressuscitado. Foi uma imagem aplicada à extinção e renascimento dos Templários, é símbolo maçónico de inviolabilidade e de incolumidade e para a filosofia iniciática representa o iniciado, que renasce após adquirir o conhecimento secreto.


Esta figura lindíssima, em vermelho e amarelo, traz consigo o poder interior para se purificar através do fogo e renascer gloriosamente para mais um ciclo, em todo o seu esplendor.


A ADY deseja que os seus sócios e amigos guardem dentro do peito esta imagem ao longo de todo o ano, como uma tatuagem que só se vê com os olhos do coração. Que seja ela a brilhar nos momentos difíceis, nas horas de indecisão e sempre que for preciso dar um salto no ar para iniciar um grande vôo.


Para si, que agora lê esta mensagem, segue um abraço forte,

Lina Chambel

20 dezembro 2009

Parabéns ao Ensemble Prova dos Nove

Foi lindo o concerto de 6ª feira à noite!

Mais do que um concerto de Natal, a proposta era a de celebrar a música. Fizeram-no com toda a qualidade e uma movimentação cénica que acrescentou dinamismo à sua actuação.

A Igreja do Largo do Rato, dedicada a Nossa Senhora da Conceição é um local privilegiado pela beleza e pela sonoridade que proporciona. Foi o padre responsável que fez as honras de apresentação, anunciando que seria um espectáculo de luz e música. Fiquei na espectativa relativamente à luz, já que a decoração estava feita com pequenas velas estratégicamente colocadas... pensei que de repente se acendessem focus coloridos, ou algo parecido. Não aconteceu nada disso! Ah, mas houve muita luz, sim! Conseguiram iluminar todo o espaço com a sua música e a sua alegria e acenderam também uma luz bem brilhante no meu coração. O padre, com toda a sua sensibilidade, já teria visto essa luz e anunciou-a com toda a propriedade.

No fundo, viveu-se o verdadeiro espírito do Natal, tão raro nos tempos que correm, onde tudo tem um preço. O concerto foi gratuito, aberto a quem quisesse entrar e no final ainda foram oferecidos chá e chocolates - uma cortesia muito bem vinda numa noite tão fria. Os Prova dos Nove ofereceram a sua arte de corpo e alma e eu senti-me uma privilegiada por receber um presente dado de coração aberto.

Congratulo-me por ter incluído este concerto no nosso calendário de actividades mensais. Foi de facto um sádhana fantástico de Yôga profundamente tântrico, pleno de sensorialidade e poesia. Parabéns a todos os elementos dos Prova dos Nove, especialmente à Mariana e ao João (os meus Noves Fora!).

Lina Chambel